Manifestação de moradores em Seropédica e Nova Iguaçu expõe crise no fornecimento de água após privatização da Cedae
1 de dezembro de 2024

Moradores de Seropédica e Nova Iguaçu realizaram, neste domingo (01), uma manifestação na Ponte sobre o Rio Guandu para protestar contra a constante falta de água que atinge as cidades. O ato foi uma resposta à indignação crescente com os serviços da concessionária Rio+Saneamento, responsável pelo abastecimento, que tem deixado milhares de famílias sem acesso à água potável, algumas por mais de uma semana.

O cenário atual contraria as promessas feitas durante a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), que, segundo os moradores, deveria trazer melhorias no fornecimento. No entanto, relatos apontam para constantes rompimentos de adutoras, falta de planejamento nas manutenções e falhas de comunicação com os consumidores.

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Relatos de sofrimento

Isabel Duarte, moradora do bairro Campo Lindo, compartilha o impacto da crise em sua vida:

“Estou sem água há 8 dias e tenho crianças pequenas em casa. Meu marido vai trabalhar com a roupa suja, e meu bebê está com assaduras porque não tenho água para dar banho nele. Quem vai pagar nossos prejuízos com a compra de galões de 20 litros de água?”

Além disso, moradores destacam que, após os reparos, a água demora até 24 horas para retornar às áreas mais distantes e, frequentemente, novos problemas surgem antes mesmo da normalização do abastecimento.

CPI em andamento

Diante da gravidade da situação, a Câmara Municipal de Seropédica, por meio do vereador Bruno do Depósito, está concluindo uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os serviços prestados pela Rio+Saneamento e pela Light Serviços de Eletricidade S.A.

Em declaração, Vereador Bruno do Depósito afirmou:

“Estamos finalizando o parecer final da CPI e encaminharemos as provas ao Ministério Público para a devida ação civil pública. Vamos exigir multas pesadas, sanções contratuais e, se necessário, recomendar a perda da concessão dessas empresas, que desrespeitam não só os cidadãos, mas também os poderes constituídos.”

O vereador ressaltou que a luta pelo fornecimento de água, esgoto e energia elétrica de qualidade continuará até que todos os serviços sejam devidamente regularizados.

Problemas de saúde pública

A crise no abastecimento já reflete em problemas de saúde pública. A ausência de água compromete a higiene básica, expondo a população a riscos de doenças. Líderes comunitários e vereadores pedem ações imediatas para minimizar os impactos e restaurar os serviços de maneira confiável e sustentável.

A manifestação deste domingo foi um grito de socorro e um pedido de atenção do Governo do Estado para solucionar a crise, enquanto cresce o clamor para que a Cedae volte a gerir o sistema de abastecimento de água.

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