Uma viagem de mais de 90 quilômetros levou Franciele Rocha, futura engenheira florestal, a uma experiência enriquecedora. Acompanhada de 14 colegas de curso, a estudante da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) conheceu o maior centro de produção de mudas do Estado: o viveiro florestal Dorothy Stang, localizado dentro da Colônia Agrícola Marco Aurélio Vergas Tavares de Mattos, em Magé, na Baixada Fluminense.
A unidade, que faz parte do Replantando Vida, programa socioambiental da Cedae, conta com a mão de obra de 30 apenados que integram a iniciativa, parceria entre a Companhia e a Fundação Santa Cabrini (FSC).
– Eu achei surpreendente. Não sabia dessa parte social do viveiro, do trabalho dos apenados. Então, poder estar aqui e ver de perto a rotina de produção, conhecer a infraestrutura, que é enorme, é realmente incrível – compartilha Franciele.
Com cerca de 30 mil m², a unidade tem a capacidade de cultivar 1,2 milhão de mudas por ano, o que representa 60% da produção anual do Replantando Vida. Os apenados atuam de forma remunerada como agentes de reflorestamento e ganham o benefício de redução de um dia de pena a cada três trabalhados. Além daqueles que atuam no viveiro, outros 25 integrantes fazem parte da equipe que realiza o plantio diário das mudas na bacia do Rio Macacu.
Durante a visita, os alunos puderam acompanhar todas as etapas de produção das mudas, além de conhecer um pouco mais das 250 espécies nativas da Mata Atlântica cultivadas no viveiro.
– A atividade é fundamental para a formação desses estudantes e é mais um resultado da parceria entre o Replantando Vida e a Rural. Juntos, já desenvolvemos diversas pesquisas na área ambiental, com destaque para o uso de lodo de tratamento de esgoto como substrato para a produção de mudas – ressalta Elton Abel, engenheiro florestal da Cedae, que coordenou a visita.
Quem também gostou de receber a turma foi José, apenado que integra o Replantando Vida há três anos.
– É sempre muito especial quando vem gente conhecer o nosso trabalho, principalmente estudantes. Eles podem ver como cuidamos do espaço e como fazemos bem as nossas funções. Também ajuda a quebrar alguns preconceitos que as pessoas têm contra aqueles que estão cumprindo pena. Eles passam a entender que muitos de nós estão aqui buscando uma chance de reintegração – pontua José, nome fictício criado para preservar a identidade do apenado.
Novos viveiros seguem o modelo
Ainda no primeiro semestre de 2023, a Cedae vai concluir as obras de um novo viveiro florestal, localizado dentro da Penitenciária Luis Fernandes Bandeira Duarte, em Resende, no Sul Fluminense. A unidade vai cultivar, anualmente, 120 mil mudas de plantas nativas da Mata Atlântica.
Já em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, a Cedae vai inaugurar, até o fim deste ano, um viveiro dentro do Presídio Diomedes Vinhosa Muniz. O espaço vai ter uma capacidade de produção de cerca de 200 mil mudas por ano.
Estes serão, respectivamente, o segundo e o terceiro viveiros instalados dentro de presídios, seguindo o modelo implantado em 2014 na Colônia Agrícola de Magé. Com mais duas novas unidades, chegará a nove o número de viveiros mantidos pelo Replantando Vida. Com mais duas novas unidades, chegará a nove o número de viveiros mantidos pelo Replantando Vida no Estado do Rio.
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