Incêndio ameaça Floresta Mario Xavier e coloca em risco o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) em Seropédica
27 de setembro de 2024

Na última quinta-feira (26), um incêndio de grandes proporções atingiu novamente a Floresta Mario Xavier, em Seropédica, colocando em risco o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), localizado na área. O fogo ameaçou a vida de centenas de animais que estão sob cuidados no centro, enquanto bombeiros do Destacamento de Seropédica trabalharam bravamente para conter as chamas, arriscando suas vidas para evitar uma catástrofe de grandes proporções.

A proximidade do incêndio com o CETAS elevou o nível de perigo, já que a densa fumaça se espalhou pela região, ameaçando a saúde dos animais abrigados. Sem condições de evacuação, muitos deles, incluindo espécies ameaçadas, poderiam ter sofrido asfixia ou outros problemas graves decorrentes da inalação de fumaça. Os bombeiros agiram com rapidez, mas a situação ressalta a vulnerabilidade da fauna local diante de incêndios recorrentes.

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Impacto ambiental: perda de fauna e flora nativas

Nas árvores atingidas pelo fogo, havia diversos ninhos de aves, além de pequenos animais como o macaco sagui. No solo, existem tocas de tatus, gambás e outros animais típicos da região. O incêndio causou uma destruição significativa no ecossistema local, ameaçando não apenas os animais visíveis, mas também os habitats subterrâneos e arbóreos.

Acordo de Cooperação Técnica para o CETAS: promessas não cumpridas

Em 30 de junho de 2022, uma reunião resultou em um Acordo de Cooperação Técnica entre o IBAMA e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que previa melhorias significativas para o CETAS. Dentre os compromissos assumidos estava a construção de um novo centro de triagem dentro da área da UFRRJ, que seria financiado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, o acordo previa a criação de um programa de estágios para alunos do curso de Veterinária da universidade, que teriam o suporte dos professores da instituição e atuariam no CETAS.

O acordo também visava promover uma colaboração técnica, científica, operacional e educacional entre as instituições, fortalecendo o trabalho de conservação e cuidado com os animais silvestres. No entanto, até o momento, essas promessas não foram cumpridas devido à falta de investimentos do Governo do Estado e do Governo Federal, por meio do IBAMA. Sem o novo CETAS, o centro atual continua enfrentando problemas estruturais e operacionais.

Desafios enfrentados pelo CETAS: barulho e incêndios criminosos

Enquanto aguarda por melhorias, o CETAS enfrenta condições adversas. O barulho constante dos veículos que trafegam pelo Arco Metropolitano (BR-493) afeta o bem-estar dos animais, que precisam de um ambiente calmo para recuperação. Além disso, incêndios criminosos, como o ocorrido recentemente, colocam em risco tanto os animais quanto a flora local. Essas ações, muitas vezes provocadas por vândalos, são extremamente prejudiciais ao meio ambiente e representam um grave crime ambiental.

Crime ambiental e como denunciar

Incêndios florestais provocados intencionalmente configuram crime ambiental, conforme previsto na Lei nº 9.605/1998, que estabelece punições rigorosas para quem causa danos à fauna e à flora. Quem for flagrado praticando tais atos pode ser denunciado ao IBAMA, à Polícia Ambiental e ao Corpo de Bombeiros. Denúncias podem ser feitas de forma anônima por meio do telefone Disque Denúncia (2253-1177), que está disponível para reportar crimes ambientais e outras infrações.

É fundamental que a população colabore com a preservação do meio ambiente, denunciando práticas ilegais e cobrando das autoridades a aplicação das leis de proteção ambiental, além de ações preventivas que possam evitar futuros incêndios.

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