Afogamentos no Rio Guandu: Uma tragédia que se repete todos os anos
27 de janeiro de 2025

A cada ano, histórias de afogamentos no Rio Guandu são registradas, especialmente na região conhecida como Prainha do Guandu, localizada no KM 37 da Antiga Estrada Rio-São Paulo, em Nova Iguaçu. Apesar de avisos constantes e do conhecimento sobre os riscos, a combinação de descuido e desconhecimento continua a gerar tragédias. Em 2020, um grupo de mulheres preocupadas com a segurança instalou placas alertando sobre o perigo de nadar no local, mas, infelizmente, as placas foram removidas por pessoas sem consciência da gravidade da situação.

Na manhã do último domingo (26), por volta das 11h20, um batismo organizado por uma Igreja Evangélica já havia sido concluído. No entanto, devido ao forte calor, as crianças pediram ao Pastor Edmilson Melo para permanecerem mais algum tempo na água. Durante esse período, a correnteza, que estava especialmente forte, quase arrastou algumas crianças. Embora elas tenham conseguido se salvar, a jovem estudante Hendiel Rane Estevão de Oliveira Domingos, de apenas 16 anos, não teve a mesma sorte e foi levada pela força do rio.

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Desesperado, o Pastor Edmilson Melo entrou no rio para tentar salvar Hendiel, mas também foi arrastado pela correnteza. Mais tarde, o Corpo de Bombeiros localizou o corpo da jovem Hendiel, enquanto as buscas pelo pastor continuaram na manhã desta segunda-feira (27). Até o fechamento desta matéria, o corpo do pastor ainda não havia sido encontrado.

A tragédia, contudo, não terminou aí. Durante as buscas pelo corpo do pastor, outra família que ignorava os riscos tomava banho nas proximidades. Nesse momento, Fabiana Moreira dos Santos, de 32 anos, foi arrastada pela correnteza. Crianças que testemunharam o ocorrido correram para alertar os bombeiros, entre eles o Subtenente Leandro Parreira de Anchieta e o Subtenente Carlos Francisco Tinoco de Carvalho. Apesar da forte correnteza e do risco, os militares agiram rapidamente. Tiraram seus uniformes e mergulharam no rio, conseguindo resgatar Fabiana com vida em uma ação heroica.

O relato dos bombeiros

Em um comunicado oficial, os bombeiros detalharam a dramaticidade da situação. Segundo o Subtenente Anchieta, durante as buscas pelas vítimas desaparecidas, foram surpreendidos pelos gritos desesperados de uma criança, que avisava que sua mãe estava sendo levada pela correnteza. Ao avistarem a cabeça de Fabiana emergindo e submergindo nas águas do Guandu, ambos os militares decidiram agir imediatamente. “Confesso que ficamos apreensivos, pois a profundidade do rio já não nos dava mais pé e a correnteza era muito forte, mas, graças a Deus, conseguimos salvá-la”, declarou Anchieta.

Um problema recorrente

Afogamentos durante cerimônias de batismo ou em momentos de lazer têm sido frequentes no Rio Guandu. Casos semelhantes já ocorreram em outros municípios da região, como Japeri. Além disso, a situação é agravada pela presença de vários buracos na beira do rio, causados pela retirada de areia lavada. Esses buracos representam um perigo adicional, pois, devido à água turva, é praticamente impossível localizá-los, aumentando os riscos para quem entra no rio.

A combinação de correntezas perigosas, desconhecimento dos riscos e a falta de fiscalização eficaz continuam a colocar vidas em perigo. É essencial que campanhas de conscientização sejam reforçadas, com a instalação permanente de placas de aviso e fiscalização regular das áreas de risco. A comunidade também deve colaborar, respeitando os alertas e evitando situações que possam colocar vidas em risco. Além disso, cabe aos órgãos competentes intensificar os esforços para evitar que tragédias como esta continuem a se repetir.

Placas foram colocadas nos km 34 e 37, onde duas pessoas se afogaram no intervalo de uma semana

Fotos: Seropédica News

 

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