Para as festas de final de ano, o SAMU recomenda atenção redobrada com acidentes de trânsito, manuseio de fogos de artifício, crianças na cozinha
Durante as festas de final de ano, como natal e réveillon, o clima tende a ser de descontração. As pessoas estão mais relaxadas, eufóricas e, às vezes, exageram na quantidade de álcool ingerida. Este cenário pode aumentar o risco de diferentes tipos de acidentes e, em último caso, pode transformar o momento de festa em uma emergência médica.
A moderação é o melhor caminho para ter boas — e seguras — festas de final de ano, aconselham os profissionais de saúde e os que atendem as emergências do SAMU. No entanto, todos os anos, o número de acidentes, dos mais variados tipos, aumentam neste período.
1. Acidentes de trânsito
Para evitar problemas e emergências médicas, é preciso ter atenção redobrada ao dirigir durante o período de festas e também de férias escolares, já que historicamente concentram o maior número de acidentes de veículos no Brasil.
Para entender, em 2021, foram registrados 64.441 mil acidentes, sendo 5.381 mortes, em rodovias federais, segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF). No entanto, julho e dezembro são os meses com maior número de acidentes — 5.808 e 5.802, respectivamente — e de mortes — 520 e 539.
Embora os números de acidentes sejam elevados, estas estatísticas não englobam as pessoas que morrem em decorrência de acidentes de carro registrados dentro das cidades, por exemplo. Aqui, os números também aumentam nas festas de final de ano e uma das principais causas relacionadas é a direção de pessoas alcoolizadas.
Quem dirige bêbado, coloca em risco a própria vida, a vida dos passageiros do veículo e a vida de terceiros que estão na rua. “Por favor, chame um táxi e não dirija ou aceite carona de pessoas que tenham bebido”, orienta a paramédica Currie.
2. Evite fogos de artifício
Muito associado ao período de festas de final, os fogos de artifício são responsáveis por um número significativo de acidentes. Entre os anos de 2008 e 2017, o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão e a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia estimam que pelo menos 5 mil pessoas foram internadas após manusearem rojões.
Fogos de artifícios, fazem muito barulho faz mal para os animais e para portadores de algumas doenças, como os autistas. Porém, se você insiste em soltar fogos de artifício, não faça isso com as mãos.
Para soltar de forma adequada, a pessoa deve sempre usar o suporte de apoio que vem na embalagem, ou seja, nunca segurar o rojão com a mão. Além disso, é importante se certificar de que ele está bem fixado. Por fim, “nunca solte fogos em ambientes fechados, embaixo de árvores, fiações elétricas ou próximo de animais”, completa.
3. Deixe as crianças longe do fogão
Dentro de casa, um problema comum nas festas de final de ano são os acidentes domésticos. Normalmente, pais, familiares e amigos estão distraídos com os preparativos da ceia, enquanto as crianças brincam com menos supervisão ou se “divertem” entre os utensílios da cozinha.
“É importante monitorar as crianças menores, especialmente as que estão engatinhando, e que têm mais exposição ao aquecimento do forno. Redobre ainda mais a atenção quando abrir o forno para checar o ponto da receita, já que as crianças são curiosas e gostam de estar atentas a tudo o que os mais velhos fazem”, aconselha a paramédica. Além disso, não se deve cozinhar com crianças no colo.
Outras medidas importantes dentro da cozinha são:
- Sempre que possível, use as bocas de trás do fogão;
- Nunca deixe os cabos das panelas virados para fora;
- Formas e travessas quentes devem ser colocadas em locais que não podem ser acessados pelos pequenos;
- Facas e tesouras devem permanecer em locais altos;
- Se possível, deixe as crianças longe da cozinha.
Para dimensionar o problema, a Sociedade Brasileira de Pediatria estima que os acidentes são a principal causa de morte em crianças de 1 a 14 anos no país. Em números, isso significa que, em média, 3,3 mil crianças morrem por ano e outras 112 mil são internadas. Entre eles, estão os incidentes que ocorrem na cozinha.
4. Depressão e suicídio
Embora as festas de final de ano sejam normalmente um momento de alegria, algumas pessoas podem ter uma percepção diferente da temporada, especialmente aqueles que têm depressão ou problemas familiares. “Infelizmente, os casos de suicídio aumentam nesta época”, afirma a paramédica.
De fato, os números brasileiros apontam para a maior incidência de suicídios no mês de dezembro, segundo levantamento da revista Questão de Ciência, feito com dados de 1996 e 2017. No período, foram contabilizadas 195,9 mil mortes autoprovocadas, sendo a média mensal de 743. Nos meses de dezembro, o número tende a chegar a 800, enquanto, em junho, costuma cair para 682.
“Preste atenção nos seus amigos e familiares que estejam deprimidos”, orienta o SAMU. Se souber que vão estar sozinhos, vale convidá-los para a ceia. Para além do período, esta é uma ação que deve ser feita durante todo o ano, já que a saúde mental não é afetada por um único acontecimento, mas por uma série de fatores. Aqui, cabe destacar que o tratamento da depressão é a melhor forma de prevenir suicídios.
Por: Terra
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