Ao somar os dados das rodovias federais com os de alguns estados que informaram o balanço das rodovias estaduais, é possível estimar que pelo menos 200 brasileiros perderam a vida nas estradas brasileiras durante o período do Carnaval.
Em mais um levantamento exclusivo, o Estradas.com.br apurou, analisando apenas os dados disponíveis até o momento das rodovias estaduais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Ceará e Alagoas, que a tragédia do carnaval nas estradas é muito maior do que demonstram os levantamentos da Polícia Rodoviária Federal.
“É preciso entender que morrem mais pessoas na soma das rodovias estaduais que no total das federais. Por isso, realizamos esta soma para conscientizar a sociedade sobre a dimensão real do problema“, esclarece Rodolfo Rizzotto, do SOS Estradas.
Somente nas rodovias estaduais de São Paulo, consideradas as melhores do país, foram registradas 28 mortes e 458 pessoas ficaram feridas em decorrência de 576 sinistros (acidentes). Minas Gerais vem logo atrás com 21 mortes, mas estranhamente não informa o número de feridos.
Além do caso mineiro, o Mato Grosso, que informa não ter registrado nenhuma morte, omite os sinistros e eventuais feridos. Curioso é o caso de Goiás, em que a Polícia Militar apenas menciona uma redução de 22% no número de mortos, mas não diz quantos foram, nem fornece dados, até o momento desta publicação, sobre sinistros e feridos.
Entretanto, somente em dois casos que noticiamos no portal encontramos 5 vítimas fatais em rodovias estaduais de Goiás.
Destaque positivo para o Espírito Santo, que, apesar de não informar o número de feridos, criou uma plataforma em que é possível saber o total de mortos no trânsito do estado.
Da região Sudeste, o destaque negativo é o Rio de Janeiro, que mais uma vez não apresenta nenhum balanço de sinistros (acidentes), mortos e feridos. Mais uma vez, em apuração do nosso portal, registramos três mortos e quatro feridos em apenas uma colisão registrada na RJ-186.
Portanto, os dados do quadro abaixo revelam apenas resultados incompletos das ocorrências em rodovias estaduais de 10 estados, além das rodovias federais. Leia-se NI como Não Informado.
RODOVIAS | ACIDENTES (sinistros) | MORTOS | FERIDOS |
PRF – FEDERAIS | 1.223 | 85 | 1.370 |
RS | 119 | 5 | 78 |
SC | 114 | 8 | 86 |
PR | 92 | 12 | 99 |
MG | 143 | 21 | NI |
ES | 10 | 4 | NI |
SP | 576 | 28 | 458 |
MT | NI | 0 | NI |
MS | 8 | 1 | 7 |
AL | 16 | 3 | NI |
CE | 48 | 6 | 29 |
TOTAL | 2.349 | 173 | 2.127 |
Dados permitem estimar em pelos menos 200 mortos e mais de 2.300 feridos
Faltam dados de todos os sete estados da região Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia,, Roraima, Pará, Tocantins), outros sete do Nordeste: Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia, Sergipe, Pernambuco, sem contar ainda o Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal.
A estimativa de cerca de 200 mortos no total das rodovias estaduais é possível, já que seriam necessárias apenas 27 vítimas fatais nos 17 estados que faltam apurar o total de óbitos nas rodovias.
No caso dos feridos, a soma de 2.127 leva em consideração o total nas rodovias federais e de apenas 6 dos 10 estados levantados. Portanto, faltam dados de 21 unidades da federação, dentre elas Minas Gerais, que só de mortos registrou 21. Com isso, é possível acreditar que o número de feridos deve ultrapassar os 2.300 com facilidade.
Importante destacar que nesse período de Carnaval reduz substancialmente a presença de caminhões nas estradas, até pelas restrições de horário e dia de circulação impostas aos condutores desses veículos.
Para o coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, é preciso destacar que a Polícia Rodoviária Federal está disponibilizando os dados nacionais e por estado. Ao mesmo tempo, lamentar que a maioria dos estados não façam o mesmo. Ele lembra ainda que o total de mortos pode superar as 300 vítimas fatais.
“Estatisticamente, cerca de 5% dos feridos vêm a óbito em até 30 dias após o sinistro. Temos uma subnotificação evidente de mortos e feridos. Por isso, é provável que pelo menos 100 pessoas venham a óbito nas próximas semanas. Infelizmente, em breve faremos um novo balanço de mortos e feridos do feriado de Páscoa, e nada terá efetivamente mudado. A violência no trânsito não é prioridade para os governantes, muito menos a punição rigorosa dos infratores e criminosos de trânsito. Haja vista o adiamento da fiscalização do exame toxicológico, obrigatório para motoristas que dirigem veículos pesados.”
Fonte: Estradas
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