No último domingo, 6 de outubro, ocorreu mais um trágico acidente no perigoso acesso da antiga Rio-São Paulo (BR-465), no km 52, ao Arco Metropolitano (BR-493). Desta vez, uma colisão entre uma motocicleta e um carro vitimou o jovem Álefe Pacheco, de 23 anos, morador do Incra. Ele foi socorrido pela ambulância da concessionária EcoRioMinas e levado a um hospital, com múltiplos ferimentos. Infelizmente, apesar dos esforços médicos, Álefe não resistiu e veio a falecer na terça-feira, 8 de outubro.
Esse local tem sido palco de inúmeros acidentes ao longo dos anos, e a falta de ação por parte da EcoRioMinas, responsável pela administração da rodovia, agrava ainda mais a situação. Motoristas, para evitar percorrer um retorno de apenas 2 km, realizam manobras perigosas — as chamadas “bandalhas” — que resultam em acidentes quase diários. Até quando vidas continuarão sendo perdidas por falta de medidas eficazes?
A morte de Álefe, um jovem cheio de planos e sonhos, poderia ter sido evitada. O descaso com a segurança da rodovia deixa não apenas a família e amigos em luto, mas também toda a comunidade local revoltada. A solução para este problema parece simples: a construção de uma rotatória próxima ao local, algo que poderia reduzir significativamente o número de acidentes.
Apelamos à EcoRioMinas para que assuma sua responsabilidade e tome providências urgentes. Há outros problemas graves na rodovia que também precisam de atenção imediata, como a falta de sinalização adequada e a ausência de duplicação em trechos críticos. Faixas de pedestres estão desgastadas ou sequer existem em áreas de grande travessia de pessoas, colocando vidas em risco diariamente.
Contexto histórico
Em 2016, uma importante obra de infraestrutura que poderia ter amenizado a situação foi interrompida devido à preservação de uma espécie rara de perereca, a Physalaemus soaresi. Essa espécie vive na área da Floresta Nacional Mário Xavier, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Seropédica. O chamado “Viaduto das Pererecas”, localizado no km 98 do Arco Metropolitano, próximo à alça de acesso à BR-465, foi planejado com o objetivo de proteger o habitat dessa espécie, que se reproduz durante a estação chuvosa, de outubro a fevereiro, em áreas alagadas onde os machos constroem ninhos de espuma flutuante.
Apesar da importância ambiental da preservação da Physalaemus soaresi, a segurança dos motoristas que trafegam pelo local também deve ser priorizada. É necessário encontrar um equilíbrio entre a preservação ambiental e a segurança viária, evitando que mais vidas sejam perdidas em acidentes que poderiam ser prevenidos com soluções simples, como a construção de uma rotatória e a adequação da sinalização na rodovia.
A comunidade local não pode continuar sendo vítima de negligências.
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