Comercialização e uso de cerol e linha chilena são proibidos pela lei. A multa no Estado do Rio de Janeiro para quem vender pode chegar a R$ 17 mil, em caso de reincidência
Famílias que perderam parentes por causa de acidentes envolvendo linha chilena pedem uma punição mais severa para o uso e comércio de materiais que possam causar ferimentos graves e até matar.
A comercialização e uso de cerol e linha chilena são proibidos pela lei. A multa no Estado do Rio de Janeiro para quem vender pode chegar a R$ 17 mil, em caso de reincidência. De acordo com o programa Linha Verde, do Disque Denúncia, até junho deste ano, 153 denúncias chegaram ao canal por causa de linha chilena e cerol.
Susana Lourenço era casada com Tiago há 13 anos. Dois filhos são frutos da união. Há três meses, ela estava na garupa da moto guiada por ele na Rodovia Presidente Dutra, altura de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, quando uma linha atingiu o pescoço do marido.
Tiago morreu após ter o pescoço atingido por uma linha chilena. Susana, a esposa, estava na garupa — Foto: Reprodução/ TV Globo
O corte foi tão grave que o socorro não chegou a tempo. Tiago morreu na rodovia.
“Para mim, está sendo muito difícil porque eu fiquei sozinha de uma hora para outra. Eu só tenho que aceitar. Só que dói tanto, dói tanto. Para mim, acordar todos os dias, olhar para o lado e ver que estou sozinha é a pior coisa do mundo. Mas aí eu fico lá na cama um pouco, choro, oro, e pronto. Aí levanto. Tenho que seguir minha vida, né?”, disse Susana Lourenço.
O drama de perder um familiar por conta da linha chilena aconteceu com outra família no mesmo lugar.
Kevin Pedro Leite foi vítima de um acidente envolvendo linha chilena — Foto: Reprodução/ TV Globo
Kevin Pedro Leite tinha 23 anos. Em novembro de 2015, a linha cortou o pescoço do rapaz. A família afirma que ele conseguiu parar a moto no acostamento, mas morreu ali mesmo.
“Um menino muito alegre, muito feliz, muito brincalhão. Ele levava a vida, assim, com muita alegria. Onde ele estava, era só alegria. Meu filho tinha sonhos, ele estava noivo. Meu filho faleceu no dia que ele alugou, que ele pegou a chave da casa dele”, afirmou Kelly Cristina da Silva, mãe de Kevin.
O luto se transformou em luta e, há quase oito anos, ela cobra das autoridades leis mais duras e a criminalização do uso e comércio das linhas cortantes.
“Hoje, a gente aguarda uma lei ser votada em Brasília, no Senado, a gente pede a criminalização da linha. Precisa ser tratado como crime. Porque se tira vidas, se morrem pessoas, precisa ser tratado como crime”, destacou Kelly.
Susana concorda.
“É muito ruim você perder uma pessoa que você vê que tinha uma vida inteira pela frente. Uma linha de pipa por alguém que estava brincando de soltar pipa com algo que é extremamente perigoso. E tirou a vida dele”, ressaltou Susana.
Em outro caso, no mês de junho, um menino de cinco anos andava de bicicleta em Niterói quando a linha chilena atingiu o pescoço. Ele levou 58 pontos.
Comercialização e uso de cerol e linha chilena são proibidos pela lei. A multa no Estado do Rio de Janeiro para quem vender pode chegar a R$ 17 mil, em caso de reincidência — Foto: Reprodução/ TV Globo
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